quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Solidão dos Números Primos

 Bem, eu li uma pequena resenha e entrevista com o autor do livro Paolo Giordano Bertrand na revista ELLE, amei, achei a história fascinante (porque sempre curti anorexia e amo cicatrizes) e achei que a história seria sombria, e bem, comprei o livro no Submarino, nem lembro quanto paguei, mas estava lá na minha lista de desejos. Ele chegou e eu o li mais do que depressa, parecia que eu via a Alice, bem magrinha, com os dedos magros, o corpo leve, perambulando ao meu lado, e eu queria tanto conhecer um Mattia, ah, sim, todo problemático e quieto, e com vontade de se machucar.
 Bem, depois do livro fiquei sabendo do filme, esperei um tempo, e pedi prum amigo baixá-lo pra mim, porque em Carazinho os bons filmes nunca chegam, em compensação as comédias babacas... aff
Ele me trouxe essa semana, chamei o meu Boy e fomos assistir, eu com a vantagem de ter lido o livro.
 O filme, tem o mesmo nome e basicamente a mesma história, mas é preciso lembrar que nos filmes a interpretação de cada um é o que vale, e como não se tem todos os dados, como na leitura, é preciso ficar atento e quebrar a cabeça tentando captar o que aquele gesto, silêncio, ou frase queria dizer.
As diferenças são:
 No livro Violetta (Viola, originalmente e no filme) apenas se aproxima de Alice, sem qualquer sentimento, líder das meninas na escola e super popular, apenas pelo prazer de jogar. No filme, ela sente um pouco de pena de Alice, e até mesmo trocam dois beijos, um no provador de uma loja, e outro no banheiro de sua casa, mas o final dessa amizade é o mesmo e pelo mesmo motivo, Alice consegue o que Violetta nunca havia conseguido.
Acho que o beijo demonstrou a fascinação que Alice tinha por Violetta, tamanha era essa que chegou a tatuar uma violeta no quadril.

A paixão de Denis por Mattia, não é explorada no filme, aliás tenho dúvidas se a manteram.
A causa da anorexia de Alice pode ter vindo de sua mãe, pois no filme ela é extremamente magra.

A família de Alice, não deu a impressão de ser abastada, pois não vi nem sombra de Soledad Galienas.

Mas o filme é perfeito, viaja pelos anos, como no livro, mas ao extremo, temos flashes a todo momento, os personagens sofrem mudanças físicas brutas na segunda parte do filme, é tudo perfeito, Alice e Mattia, o sumiço de Michela, os gritos que ela dava quando pequena, a vergonha que ele sentia, e como ele era responsável por ela, e culpado se ela fizesse algo errado.
E o final me conformou bem mais do que o do livro, quando eu o li me deu um aperto no peito, que logo sumiu depois que eu assisti o final do filme.